sábado, 13 de novembro de 2010

Entrevista para obtenção do CSQ

Lisbela (minha cara-metade) e eu fizemos a entrevista de avaliação para obtenção do Certificat de sélection du Québec no escritório de São Paulo. Não adianta chegar muito cedo (mais de meia hora) que você não vai poder subir ao escritório de imigração. A recepção do prédio não tem cadeiras ou algo que o valha, portanto espere de pé ou vá dar uma volta. Há um shopping a uns dois quarteirões de distância. Se você for de carro, há estacionamento no prédio mas esteja pronto para ser esfaqueado: Paguei R$22,00 por três horas. Se você deixar o carro no Shopping (e entrar na entrada certa ao invés dos caríssimos estacionamentos do WTC) acredito que gaste menos.

No escritório me identifiquei como requerente principal, a recepcionista nos comunicou que seríamos entrevistados pelo M. Daniel Leblanc e nos encaminhou para a mítica sala de espera. Nesta sala havia oito poltronas confortáveis, uma TV grande de tela plana passando algo que parecia o Cirque du Soleil, um bebedouro e diversos outros elementos que fugiram à minha percepção masculina do mundo.

Felizmente havia também outro coitado, com quem fui puxar conversa, mesmo eu sendo sociável como uma parede. Foi bem conversarmos com alguém pois ajudou a diminuir a enorme tensão e ajudou a passar o tempo. Chegamos meia hora antes do horário e fomos atendidos cerca de meia hora depois. Neste dia havia dois entrevistadores e entramos uns dois minutos depois que a pessoa com quem estávamos conversando entrou na sala da entrevistadora dele.

A carta de convocação para a entrevista contém uma lista de documentos que devem ser levados no dia e o entrevistador segue aproximadamente esta sequência. Portanto quando eu não entendia o que ele falava, olhava na "cola" para conseguir associar o som à palavra. No início as perguntas eram simples, pedindo os documentos da lista. O que achamos surpreendente foi ele pedir o CREA (ou algo assim) da minha mulher, felizmente ela estava com o documento. A questão que mais pegou foi o número total de anos estudados, que eu não conseguia entender de jeito nenhum. No final ele escreveu em um papel, de maneira bem didática algo como:

Primáire    =     ans
Secondáire=    ans
Université  =    ans
                 ____

Então entendi que o que ele queria era 8 + 3 + 4 = 15 anos.

No começo da entrevista ele tinha perguntado sobre nossos nomes e sobrenomes. Eu tinha lido um post de uma brasileira sugerindo colocar como sobrenome apenas o último nome pois ela tinha tido problemas com documentos depois no Canadá. Embora meu nome e o da minha senhora sejam algo como "Luís Collor Silva", ao invés de colocar "Collor Silva, Luís" coloquei "Silva, Luís Collor". M. Leblanc pediu esclarecimentos e explicamos quais partes eram os nomes de família.

Em algum ponto da entrevista ele perguntou "Do you speak english?" e me deixou falar um pouco de inglês. Ele perguntou porque eu tinha parado de estudar esta língua a alguns anos e eu disse que tinha chegado em um nível que não valia mais a pena estudar pois não teria aplicação aqui no Brasil.

De volta ao francês, ele perguntou se estávamos estudando francês e dissemos que sim.

Mais para o final ele perguntou o que eu iria fazer no Québec. Respondi a função que pretendo exercer e mostrei uma planilha Excel impressa com mais de vinte ofertas de emprego que tinha visto em dois sites de emprego. Além disso imprimi o conteúdo detalhado de umas cinco ofertas. Ele pegou uma delas e perguntou dos requisitos solicitados e eu disse que fazia aquilo a vários anos. Ele também pegou e olhou o Curriculum Vitae em francês que eu tinha deixado em cima da mesa. Senti que tinha valido a pena ficar até as três da manhã da noite anterior fazendo aquela tradução.

Depois ele conversou com a Lisbela sobre os planos dela. Como ela é formada em profissão regulamentada, disse que iria fazer o processo para complementar o "gap" existente para poder trabalhar na área. M. Leblanc sugeriu ela trabalhar em uma função correlata que não era regulamentada e anotou  o nome em um Post It para ela.

Durante toda a entrevista ele ia preenchendo um formulário no computador. Em um certo momento ele parou de fazer perguntas e ficou apenas preenchendo. Quando ouvi o barulho da impressora soube que estávamos aprovados. Nem me preocupei com o fato que ela estava sem papel (Murphy é forte e poderoso) e ele teve que colocar.

Ele nos deu o CSQ e pediu para conferirmos. Eu só conseguia pensar: "Deu certo!". Ele avisou que tinha corrigido os campos de nome e sobrenome. Após conferirmos, ele assinou e entregou duas vias de cada: Uma para mantermos e usarmos em Québec e outra para envio ao consulado para pedido do visto. Também recebemos informações impressas sobre a Francisacion en ligne (que só pode ser solicitada dois meses depois da emissão do CSQ), um site de empregos do governo que temos direito a acessar e um livrinho bem bonito de dicas para imigrantes, algo como uma agenda para planejamento de imigração. Após isso ele nos acompanhou até a porta da sala e se despediu.

A recepcionista já tinha ido embora. O manobrista da garagem tinha dito que poderíamos pedir um selo de estacionamento mas não tive chance de tentar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário