sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Posse

Acabei de ler um post chamado Uma vida em 128 quilos. De início achei que era algo sobre alguém bem gordo, mas é a fatídica conta de 4 malas de 32 quilos que um casal pode levar ao exterior.

O assunto, que assola todos os futuros imigrantes, é o que fazer com as coisas quando imigrar. Isso se desdobra em outra conseqüência: Comprar ou não comprar? Vai dar para levar? Vou dar, vender ou jogar fora? O problema é que entre a decisão de imigrar e o dia do embarque normalmente passam-se dois ou três anos. Outro corolário é: Eu não deveria economizar este dinheiro, já que vou ficar desempregado?

Faz alguns meses que quero comprar um terno novo. Além do normal problema de caixa, vem a dúvida: Terno de microfibra, ou outro tecido para climas quentes, é adequado para o Canadá? Is the suit suitable?Será que vou conseguir levar todos os meus ternos? Será que vou precisar de terno lá, já que vou ser peão?

Li que a Air Canadá tinha uma promoção para imigrantes que permitia levar três malas, dando 196 quilos por casal. Provavelmente seriam 16 quilos para mim e 180 para a minha mulher. Além disso, tem as bagagens de mão com uns 5 quilos cada. Quando eu li isso, pensei no aspecto prático de carregar 200kg de malas por diversos aeroportos e como pegar um táxi com 6 malas grandes, duas de mão e duas pessoas. Em Belo Horizonte não ia dar certo, já que lá todos os táxis são Fiat Mille ou Palio.

Outro ponto importante diz respeito à residência. Todo mundo vai para uma residência temporária, usualmente pequena: Normalmente são flats, quartos em B&B, homestays ou na casa de outros brasileiros. É bastante bagagem para guardar.

Quando fui para a universidade, em outra cidade, levei minha mudança em uma bolsa grande na garupa da minha moto. Quando me formei, trouxe minha mudança em um Escort. A minha última mudança, logo que casei, foi feita em algumas viagens em uma Courrier. A próxima vai requerer um caminhão pequeno, já que minha mulher liga para o fato de ter móveis. Ela quer levar móveis para o Canadá.

Ultimamente eu não tenho me interessado muito em adquirir objetos duráveis. Sob certo ponto de vista, eu já tenho tudo o que eu quero, o que é uma sensação estranha. Talvez isso seja fruto do complexo dos 128 quilos citado anteriormente. Claro que eu desejo versões novas de coisas que eu já tenho, como carro, notebook ou TV, ou até coisas que eu não tenho, como iPad, mas não me sinto disposto a pagar. Este sentimento inclusive atinge roupas e calçados, itens que eu realmente deveria comprar.

Existe uma pergunta sobre quais são as x coisas que você levaria para uma ilha deserta. O objetivo é fazer a pessoa priorizar os seus pertences. Provavelmente a resposta certa é uma faca e óculos. Minha mulher incluiria absorventes.

Uma amiga me contou de um sujeito que mandou a mudança em um container e este foi extraviado. Ele recebeu o dinheiro do seguro. Ela ficou horrorizada com a idéia de perder todas as coisas, enquanto eu fiquei maravilhado com a idéia de ter dinheiro para começar do zero.

As lavadoras de roupa no Canadá usam água quente e a roupa brasileira não é feita para ser lavada em água quente.

Este assunto ainda vai precisar de uma longa reflexão.

Um comentário:

  1. Adorei seu texto! Estou cansada de ver pessoas que simplesmente copiam o texto de outros blogs para abordar um mesmo assunto, mas você se inspirou no que escrevi para comentar o tema. Muito criativo, limpo e objetivo, sem perder o foco.

    Parabéns!

    Sua mais nova leitora,

    Sra. Incrível

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