sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bicicleta em São Paulo - parte II

Precisei novamente fazer o percurso casa -> cartório -> contabilidade. Desta vez criei coragem e amarrei a bike em lugares públicos.

No cartório foi mais tranquilo: Existe uma rampa com um corrimão de aço bem grosso. Deixei a bike no alto da rampa na quina com a parede, onde não atrapalhou a passagem. Além disso, sempre fica gente junto às motos e, ainda por cima, a parede do cartório é transparente e dava para ver a bike o tempo todo enquanto eu esperava minha vez.

Na contabilidade foi um pouco mais tenso: Amarrei em uma "gradinha de árvore", em falta de coisa melhor. Do outro lado da árvore tinha uma mulher conversando com um mendigo. O centro de São Paulo é um lugar bizarro. A mulher não parecia mendiga e o papo não era de assistente social. Ou eu sou preconceituoso devido ao fato do único assunto que os mendigos falam comigo é "Me dá um dinheiro?".

Quando fiz universidade, muita gente usava bike para ir ao campus. Embora todo mundo amarrasse a bike com cadeado e corrente ou cabo de aço, havia um número enorme de roubos. Um dia, uns alunos pegaram um rapaz serrando uma corrente. Foi juntando gente e começaram a bater no ladrão até que o pessoal da segurança chegasse. Por pouco o sujeito não foi linchado.

Não sei como é a relação de oferta e demanda de bicicletas roubáveis em São Paulo (Alguma ideia, Fábio?). Talvez dê muito trabalho roubar uma bike no centro e levar até o ponto de revenda. Talvez o policiamento ostensivo faça não valer o risco naquela região.

Para estacionar a bike, entra em cena a psicologia das multidões: Quando estamos em uma multidão, perdemos um certo medo das consequências.  Esta multidão pode ser conceitual, como no caso do "todo mundo faz". De forma geral, ao redor do mundo onde vi bikes usadas em grande escala, os ciclistas são extremamente "caras-de-pau" para estacionar, ou seja, amarram a bike qualquer lugar. Por exemplo: Em Barcelona, havia uma bike amarrada em um poste a 1 metro da entrada da escada para o metrô. A bicicleta caiu com a chuva forte e ficou atrapalhando todo mundo passar. No centro histórico de Amsterdã tem bicicletas amarradas em todo lugar amarrável, literalmente. Não dá para encostar em uma cerca de metal pois sempre tem bikes junto dela.

Já em São Paulo, não cola muito este estória de "todo mundo faz" já que há pouquíssimas bikes amarradas em público. Portanto, as pessoas não estão cansadas de dar esporro em ciclistas folgados (eu). Eu poderia ter tomado um no cartório.

Com se diz por aqui, o negócio é "tentar a sorte, certo?".

Um comentário:

  1. Oi Johnny!!
    Respondendo seu comentário, eu acho que depende muito da época que a pessoa aplicou pro federal (e agora tbm pra entrevista, vc viu como tá demorando?!?). Mas qnd eu apliquei, eu estava consciente que iria demorar no mínimo 10 meses, e acredito que quem aplicou agora, com 2 meses, tbm tem que ter essa noção e ir tocando a vida, se preparando... =)

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